quinta-feira, 19 de julho de 2012

Padre afirma: os evangélicos são otários em uma religião orgulhosa.

Padre afirma: os evangélicos são otários em uma religião orgulhosa.

Caros leitores, o link acima compartilhado diz respeito a um vídeo postado no youtube contendo um pregação do Padre Paulo Ricardo. Apesar de muito inteligente e estudado, Padre Paulo comete erros grotescos de interpretação Bíblica, como podemos ver o esclarecimento dos mesmos na página a qual o link acima postado remete.

Porém fui convidado por uma grande amiga, através do Facebook, a esclarecer melhor o que Padre Paulo Ricardo queria dizer, já que seus argumentos são intelectualmente muito amadurecidos.

Vale ressaltar, que não concordo com as frases irônicas escritas na página do link, sou completamente avesso à ironia principalmente quando o assunto é Cristianismo. Por mais razão que tenhamos em nossos argumentos, o Cristianismo deve sempre ser tratado com seriedade, com respeito ao próximo, mas também com firmeza. Não podemos negociar a verdade Bíblica, mas para tal não precisamos tomar o péssimo exemplo do Padre que nos chamou de "otários" e sim mostrar a ele como Cristo faria, como Cristo fez. Cristo nunca xingou ninguém e Ele tinha razão no que falava, porém utilizava-se de argumentos convincentes e não de baixaria tal qual fez o referido padre.

É um absurdo ver um sacerdote xingando outras pessoas no altar de Deus, seja ele protestante(não podemos ser hipócritas), católico, ortodoxo ou anglicano.

Segue abaixo o esclarecimento que postei no facebook (com algumas adaptações,correções e complementações), quando questionado sobre as polêmicas frases de Padre Paulo Ricardo:

"Em primeiro lugar, o livre acesso que nós temos à presença de Deus se dá pela pessoa de Jesus Cristo. Jesus rasgou o véu para que tenhamos livre acesso à presença do Pai e esse acesso não depende de mediação de homem algum.

Se você olhar para o Antigo Testamento, verá que o Sumo Sacerdote é o único homem que adentrava o que se chamava de Santo dos Santos, onde ele fazia a expiação pelos pecados do povo, ou seja, ele fazia sacrifícios intercedendo pelos pecados do povo, para reconciliar o povo com Deus, vale ressaltar que não havia o "perdão". No Novo Testamento Cristo é a Reconciliação, Ele é o Verbo encarnado, Ele é Deus, e através do seu sacrifício todas as pessoas têm direito de confessar diretamente seus pecados a Ele, sem precisar de um sacerdote para tal, sem precisar de intermediários, o único mediador entre DEUS e a IGREJA é Cristo, Ele é o Sumo Sacerdote.

Mas, não se deve descartar a necessidade de confissão de pecados para nossos IRMÃOS, ou seja, qualquer membro da Igreja de Cristo, não necessariamente padre ou pastor, até porque Paulo fala que devemos confessar uns aos outros. Porém o objetivo desta confissão não é obter perdão ou absolvição de pecados diante de Deus, e sim para que tenhamos alguém que nos ajude a não repetir mais o mesmo erro, a não mais permanecer neste pecado.



Todavia, o amado Padre Paulo Ricardo tem razão na seguinte questão, é impossível afirmar que temos uma comunhão saudável com Cristo, se não conseguimos ter uma relacionamento saudável com os nosso próximos. Quando Paulo disserta sobre a Santa Ceia, e fala de analisarmos a nossa vida, discernindo o Corpo, para não atrairmos juízo sobre nós, ele diz respeito aos pecados que cometemos contra os nossos irmãos que em conjunto conosco formam o Corpo de Cristo. Porém, isso não faz de Maria, dos Apóstolos e dos "heróis" da Igreja Romana "santos" que possam interceder por nossos pecados diante de Cristo.



Maria é mulher bem-aventurada e sempre será, mas ela não tem participação na divindade de Cristo, é apenas sua mãe física, e também nossa irmã a quem devemos respeito por tudo o que ela representa como serva de Deus (sua obediência, louvor, suas aflições, sua fé, confiança em Deus e seu esforço feito para que o nascimento do Messias corresse bem), mas até mesmo o próprio Jesus deixa claro que Maria não é divina, tanto que afirma nas Bodas de Caná da Galileia: "Mulher, o que tenho eu contigo?". Também não vemos mais nenhuma referência de que Maria é divina em toda a Bíblia. Paulo, Pedro, João, Tiago, Lucas e Judas não caracterizam Maria em nenhum momento como divina, a maioria dos Livros nem sequer cita Maria. Nem mesmo nos Evangelhos encontramos referências que possam nos fazer acreditar que Maria é intercessora e é divina. Apocalipse faz referência até mesmo aos Apóstolos, mas Maria não aparece mais!



Finalizando, Padre Paulo afirma durante o vídeo que ele é orgulhoso, porém sua religião não é orgulhosa. Que fique bem claro que Cristo não vai querer saber em qual denominação temos carteirinha, ou se somos membros católicos ou protestantes, mas é muito importante pra Ele ver refletido em nós o Seu caráter. Logo, ainda que o Protestantismo fosse orgulhos e eu não, seria melhor do que se o Protestantismo não fosse orgulhoso e eu sim, pois não é o meu "selo" de protestante que me identificará como verdadeiro cristão, como verdadeiro discípulo de Cristo, mas sim ter a essência do caráter humilde de Cristo revelada na minha vida"

Graça e Paz!

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